top of page

Toxicidade

Papel do Metabolismo na Toxicidade

 

Os efeitos agudos do PCE ocorrem principalmente ao nível do fígado e rins. No entanto, mesmo em doses elevadas são induzidos apenas danos hepáticos mínimos, decorrentes do metabolismo oxidativo. No rim, após conjugação com a glutationa formam-se tiocetenos nefrotóxicos, responsáveis pela toxicidade tubular [1]. O S-(1,2,2-triclorovinil)-L-cisteína (TCVC) é um conhecido metabolito nefrotóxico do PCE, cuja oxidação origina metabolitos reativos (TCVCS) que, tanto in vivo como in vitro, são mais potentes que o TCVC, apresentando grande potencial nefrotóxico [2]. 

 

Nefrotoxicidade

Figura 1. Possível mecanismo de bioativação do S-(1,2,2-triclorovinil)-L-cisteína (Adapatado [2]).

Para além do rim e do fígado, muitos outros órgãos e tecidos são alvo da toxicidade do PCE, designadamente, o sistema nervoso central, sistema imune, hematopoiético e reprodutor.

A neurotoxicidade é suportada por diversas evidências observadas em humanos, animais e estudos mecanísticos.

 

Os três principais domínios neurológicos mais afetados pela exposição crónica ao PCE são: a visão, memória espacial e funções neuropsicológicas [2]. 

 

A exposição pré-natal ao PCE está associada à ocorrência de abortos expontâneos, defeitos nos fetos e nascimentos de crianças com peso corporal abaixo da média [3].

O desenvolvimento do sistema nervoso é uma área muito suscetível de ser influênciada pela exposição ao PCE durante a infância. Têm sido reportados casos de deficiências visuais, efeitos neurocomportamentais e autismo em crianças expostas [3].

 

[1]:Cristofori P, Sauer AV, Trevisan A (2015) Three common pathways of nephrotoxicity induced by halogenated alkenes. Cell Biology and Toxicology 31(1):1-13;


[2]:Elfarra AA, Krause RJ (2007) S-(1,2,2-Trichlorovinyl)-l-cysteine Sulfoxide, a Reactive Metabolite of S-(1,2,2-Trichlorovinyl)-l-cysteine Formed in Rat Liver and Kidney Microsomes, Is a Potent Nephrotoxicant. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics 321(3):1095-1101.

 

[3]: Brown Dzubow R, Makris S, Siegel Scott C, Barone S (2010) Early lifestage exposure and potential developmental susceptibility to tetrachloroethylene. Birth Defects Research Part B: Developmental and Reproductive Toxicology 89(1):50-65.

 

Imagens:

https://pixabay.com/pt/c%C3%A9rebro-lobos-neurologia-humano-1007686/

https://pixabay.com/pt/beb%C3%AA-p%C3%A1ssaro-entrega-feminino-1299514/

 

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística no ano letivo 2015/2016 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião (remiao@ff.up.pt) do Laboratório de Toxicologia da FFUP (www.ff.up.pt/toxicologia/)
bottom of page